22 de julho de 2010

Review - Metal Gear Solid: Peace Walker

 A série Metal Gear Solid consagrou-se com o seu sistema de jogo que prioriza a dissimulação e silêncio ao tiroteio desenfreado, animações com vozes, enredo complexo e com reviravoltas e, no final das contas, uma luta contra um robô gigante de destruição em massa. A pergunta é: será que o novo jogo da série para o portátil da Sony, Metal Gear Solid Peace Walker, é capaz de evitar o desgaste da fórmula e ao mesmo tempo lidar com as limitações do PSP? A resposta você descobre agora!


Metal Gear Solid Peace Walker
Distribuido por: Konami
Desenvolvido por: Kojima Productions
Número de Jogadores: 1-6
Data de lançamento: USA 08/06/2010; Japão 29/04/2010

Prós                                                                             Contras
- Gráficos Excelentes                                                    - Controle da câmera menos instintivo
- Co-op extremamente divertido e fluido                       - Dificuldade elevada bruscamente contra chefes
- Conteúdo extra viciante e extenso
- Jogabilidade simplificada
- É mais um jogo excelente da série


A série Metal Gear Solid consagrou-se com o seu sistema de jogo que prioriza a dissimulação e silêncio ao tiroteio desenfreado, animações com vozes, enredo complexo e com reviravoltas e, no final das contas, uma luta contra um robô gigante de destruição em massa. A pergunta é: será que o novo jogo da série para o portátil da Sony, Metal Gear Solid Peace Walker, é capaz de evitar o desgaste da fórmula e ao mesmo tempo lidar com as limitações do PSP?

Aos pessimistas e aos fãs da série, acalmem-se: MGSPW não somente é um excelente jogo, mas também acrescenta novidades nunca presentes em outros jogos da série e torna a experiência de jogá-lo proveitosa tanto para veteranos quanto para novatos no mundo de Metal Gear.

    “Parecem os gráficos do Playstation 2, não é?”
Nada mais justo do que falar do primeiro aspecto do jogo que entramos em contato: os gráficos. Através da sequência inicial do jogo, onde Snake chega de moto numa praia durante uma chuva e vai de encontro aos seus soldados, é possível perceber que os gráficos do jogo estão excelentes, sendo realmente parecidos com os do seu irmão mais velho. 
"Dá pra enganar mesmo"

Entretanto, nem tudo são flores, e para que os gráficos durante o jogo fossem ótimos, as animações tiveram que sofrer uma repaginação. Elas são feitas agora com desenhos estilizados em sequencias, mas ainda dublados. Apesar de não lembrarem um filme como a animação de outros jogos da série, elas dão conta do recado e mantêm o clima da aventura, sendo uma boa sacada da produção do jogo. Ainda há algumas animações interativas, onde você pode mirar, aperta uma sequência de botões ou esmagar um único botão apertando-o repetidamente (felizmente, não por muito tempo).
"Otacon, você também foi transformado nessa animação estilizada?"

    “Metal o que? É de tiro que nem Metal Slug?”
Pra você jogador que acabou de sair de um estado de coma no hospital por ter tentado voar quando era criança, ou que estava treinando isolado nas montanhas pra aprender a soltar hadouken ou então pra você que simplesmente acabou de entrar no mundo dos games, e nunca ouviu falar da série Metal Gear, eu faço uma breve explicação. O primeiro jogo foi lançado para o MSX2 no ano de 1987 e se chama (adivinha?) Metal Gear, ganhando uma sequência mais tarde para o NES. Entretanto, a série só adquiriu notoriedade e excelentes conceitos com o lançamento de Metal Gear Solid (1998) para o Playstation 1, ao criar e consagrar a fórmula com todos os itens que eu citei no começo da análise.
Ah, os bons e velhos tempos
   
Desde então, a série ganhou mais jogos e a história foi ficando cada vez mais intrincada, complicada e complexa ao ponto de deixar o Arquiteto de Matrix com inveja. Essa é uma das vantagens de Metal Gear Solid Peace Walker: a história é bem linear. Naked Snake, conhecido mundialmente como Big Boss, está na Costa Rica junto com o seu exército sem fronteiras, os Militaires San Frontieres, quando ele recebe uma proposta de um professor local para investigar uma base da CIA no país. Ele recusa inicialmente, mas se convence do contrário ao ouvir uma fita indicando que a sua ex-mentora ainda está viva (para maiores informações sobre essa relação, jogue Metal Gear Solid: Snake Eater, Playstation 2). A partir de então ele parte não somente para salvar o mundo, mas principalmente para encarar os fantasmas do seu passado e compreender os seus erros.

    “Eu quero saber é da ação”
Atualmente, se você é um jogador que já encontrou alguns jogos de FPS em consoles, você instintivamente tenta movimentar o personagem na alavanca esquerda, controlar a câmera na alavanca direita e atirar no botão R. No PSP, por causa da ausência do segundo analógico, a jogabilidade fica menos instintiva, e controlar a mira torna-se mais complicado, mas não impossível. Há ainda configurações em que o controle da câmera fica nos botões direcionais, onde o trabalho da mira torna-se muito pior, mas cada jogador com a sua preferência. Após se adaptar ao controle, o jogo começa a mostrar o seu potencial. Você explora os ambientes da mesma forma a que fomos acostumados: andando silenciosamente pelo ambiente, nocauteando ou tranqüilizando inimigos e usando aparatos como sonar e óculos de visão noturna para chegar ao seu objetivo. Fazer isso ouvindo a sua música preferida pelo Walkman é ainda melhor, com músicas de quase todos os jogos da série. A própria trilha sonora de MGSPW é excelente por si só, com músicas épicas e temas mais serenos.
“Esse cara nunca vai saber o que foi que o atingiu”

Uma boa melhora foi no CQC (técnicas de combate a curta distância), que ao invés de precisar de uma combinação de botões para fazer uma determinada ação, foi simplificado para somente imobilizar o inimigo, nocauteá-lo com um mata-leão ou então arremessá-lo contra a parede ou outros inimigos. Ainda há a opção de encaixar várias sequências de CQC em múltiplos inimigos e deixar um rastro de inconscientes pelo chão em poucos segundos.
"Ih, deveu, otário!"

    Diferentemente da maioria dos outros jogos da série, MGSPW é dividido em missões de curta duração, até mesmo na luta contra os chefes (apesar de ser meio estranho você encontrar um chefe no final de uma missão com uma roupa e armas e dar tempo pra você trocar de equipamento antes que ele te esmague no início da outra). Naturalmente, tudo isso foi feito em prol do co-op e também para que o jogo pudesse rodar no portátil, e se for pra melhorar a diversão dá pra amenizar essas estranhezas. As missões principais são poucas e podem ser terminadas em pouco tempo, dependendo da sua habilidade. Para aumentar o tempo do jogo, existem mais de 100 missões extras, que vão desde a realização de objetivos importantes até cumprir tarefas cômicas ou sem sentido, algo não raro na série. Por exemplo, em uma das missões extras você tem que segurar a invasão inimiga enquanto Snake está lutando contra o chefe final. Já em outra você tem que tirar foto de um soldado inimigo que está brincando num rio enquanto outros trabalham realmente.

    As lutas contra os chefes apresentam uma falha do jogo. Além delas serem contra robôs ou veículos que não despertam nenhuma simpatia do jogador nem tem uma história por trás de cada um, ao contrário da grande maioria dos chefes enfrentados nos jogos da série, elas são muito difíceis para serem combatidas sozinho. O jogo claramente tem como foco a cooperação entre jogadores, e para tanto as batalhas contra os chefes, que podem ser combatidos com uma equipe de até quatro amigos, são feitas para serem desafiadoras para dois participantes ou mais. Logo, ir sozinho contra robôs de dezenas de metros com metralhadoras e mísseis teleguiados é no mínimo frustrante. Se fossem somente nas missões extras, onde realmente existem batalhas contra chefes que são quase impossíveis por conta própria, não teria problema, mas obrigar o jogador a encontrar um amigo com um PSP e o jogo ou então tentar e ser derrotado várias vezes seguidas até conseguir passar do chefe é algo que diminui o entretenimento completo do jogo.
"Eu sabia que eu devia ter chamado alguém pra vir comigo..."


    “Sozinho eu sou demais. Com mais um nós somos invencíveis”
    Já que eu entrei no assunto de Co-op, vamos falar desta grande e bem-vinda novidade. O jogo foi criado para ser jogado com mais pessoas. É claro que você pode ser anti-social ou então não conhecer ninguém com um psp e ainda assim conseguir aproveitar bastante o jogo, mas a experiência não será completa. Em algumas missões há locais que só podem ser acessados com a ajuda de um amigo, e as estratégias para nocautear e recrutar os soldados são bem mais variadas e eficientes. As lutas contra os chefes também tornam-se muito mais fáceis com a ajuda de amigos, e mais divertidas também, quando você chega voando por causa da explosão de um tiro de um tanque para salvar o seu amigo que está agonizando no chão (quem dera se isso fosse uma história, e que eu não fosse o corpo alado). Você pode trocar itens, salvar o seu companheiro da morte e até trocar membros da sua base com um amigo.

"Você segura e eu bato!"

    E em termos de jogar com os amigos não há somente o co-op, mas também modos de multiplayer como Deathmatch, Team Deathmatch, Capturar a Bandeira e outros, que vão de dois até seis jogadores. Esses modos seriam muito melhores se pudessem ser jogados online com jogadores de outros cantos do planeta e com um limite maior de participantes por partida, entretanto (e que você não precisasse de um PS3 pra poder fazer isso).


    “Essa base é a cara do chefe”
    Talvez o aspecto que seja responsável pelo grande aumento da longevidade e pelo apelo viciante do jogo é a novidade da Motherbase, que é basicamente a sua base de operações e do seu exército. Durante as missões você recruta os soldados inconscientes através do Fulton Recovery System, que nada mais é do que um balão autoinflável extremamente eficiente, que atravessa teto e chão (não, eu não estou tirando sarro com a cara de vocês) para chegar ao helicóptero e de lá seguir para base. Lá, você precisa designar funções para os seus soldados, que podem participar no combate e missões, no desenvolvimento de novas armas e equipamentos, na ala médica e até no time de cozinheiros, já que como dizia nossa avó: “Saco vazio não fica em pé”. Cada soldado tem a sua aptidão para uma dessas funções, e saber administrar esses times é fundamental para facilitar a sua vida durante as missões, já que você terá novas armas disponíveis e soldados melhores.
"Lar, doce lar"

    Além dos times, há também as chamadas Outer Ops, que são conflitos espalhados pelo mundo para onde você manda os seus soldados em troca de dinheiro. Você monta um time com até seis unidades, seja combatentes, tanques, helicópteros e até mesmo um Metal Gear. Ao completar o grupo, é só despachá-lo para o combate e pronto. Após a realização de uma missão no jogo, o combate terá terminado e você verá se o seu time ganhou ou não. Além de dinheiro, você geralmente encontra voluntários nesses conflitos. Conseguir veículos melhores nas missões extras do jogo é útil justamente para colocá-los nessas operações, que geram bastante dinheiro se completadas regularmente.

    Como eu falei ainda agora, você pode construir até mesmo um Metal Gear nesse jogo. Ao lutar contra as máquinas e derrotá-las, você ganha partes e cartões de memória da inteligência artificial delas, que serão usadas para a construção da sua própria. Ao enviar o seu novo brinquedo gigante para as batalhas, você certamente irá obter uma vitória bem mais fácil com a sua railgun e mísseis.
"Calma, ele não morde. Só dispara ogivas nucleares"

    “Resumindo este excelente jogo”
    Metal Gear Solid Peace Walker é um dos melhores jogos do portátil da Sony, e consegue honrar o nome da franquia Metal Gear com facilidade e excelência. A história é acessível aos novatos da série e satisfaz os veteranos, os gráficos estão entre os melhores do PSP e uma imensa variedade de conteúdo extra com missões e na manutenção da base garantem a longevidade do jogo, ultrapassando tranquilamente 50 horas. A ênfase no sistema de co-op aumenta ainda mais o entretenimento, ao juntar vários amigos, juntamente com o sistema de multiplayer com várias modalidades. Mesmo a jogabilidade pouco instintiva e a dificuldade acima do normal dos chefes não ofusca o brilho desse jogo, que com mérito entra no hall dos melhores jogos do PSP.


Nota: 9.5

1 Comentário:

Paulo disse...

pra mim merece 10!!! o melhor do psp até agora

PSP Bex